Sobre Taubaté
Taubaté corresponde a uma variação do vocábulo “taba-ibaté”, que na língua Tupi significa “Aldeia que fica no alto”, em referência à aldeia Guaianá que na época da fundação do povoado, localizava-se no alto da Colina do atual Cristo Redentor Bairro chamado hoje de Alto do Cristo.
Antes de sua fundação como Vila, havia no local onde hoje é parcialmente as Ruas Capitão Geraldo, Coronel João Afonso, Travessa São José e Largo do Chafariz, uma tribo de índios guaianás denominada tabaybaté (daí o nome do Município).
Até então, a colonização europeia não havia de fato chegado à região do Vale do Paraíba, na época, pertencente à Capitania de Itanhaém, e havia a necessidade de demarcação de posses destes sertões pela sua donatária, a Condessa de Vimieiro, neta e herdeira de Martim Afonso de Sousa.
A partir disso, foi enviado o então bandeirante Jacques Félix e expedidas concessões oficiais a ele. No ano de 1628, recebeu concessões de terras. Em 20 de janeiro de 1636, obteve poderes de avançar pelos “Sertões do Paraíba” por meio de provisão do capitão-mor da Capitania de Itanhaém, Francisco da Rocha. Finalmente, em 13 de outubro de 1639 (provisão, capitão-mor Vasco da Mota), ordens para construção da Igreja Matriz, casa para o conselho, cadeia pública, arruamento, engenho de cana-de-açúcar e farinha de milho, além de concessão de terras às famílias trazidas pelo fundador.
Em 5 de dezembro de 1645, por provisão do capitão-mor Antônio Barbosa de Aguiar, recebeu foral de Vila (primeiro local a recebê-lo na região), com o nome de São Francisco das Chagas de Taubaté, sendo, assim, escolhido oficialmente seu padroeiro.
Foi no principal período das bandeiras, entre 1690 e 1715, que a Vila alcançou relativa prosperidade com o abastecimento das bandeiras tanto vindas da Vila de São Paulo de Piratininga quanto saídas da própria Vila de Taubaté.
Tornou-se um “Centro irradiador de Bandeirismo. Seus filhos tiveram, como grandes feitos, a fundação de numerosas localidades, destacando-se a maioria das Cidades históricas de Minas Gerais, na época, um enorme território inexplorado, desconhecido e sem colonização também pertencente à Capitania de Itanhaém, com destaque para Mariana, primeira Vila, núcleo colonial e capital mineira, além de Ouro Preto, São João Del-Rei, Tiradentes. Outra Cidade importantíssima a nível nacional fundada por bandeirantes taubateenses foi Campinas. Deve-se também o descobrimento de ouro em Minas Gerais pelo bandeirante Antônio Rodrigues Arzão em 1693. O que proporcionou a Taubaté receber uma Casa de fundição de ouro.
Passada essa época, Taubaté voltou à agropecuária de subsistência, que predominaria por aproximadamente um século, até a chegada da cultura do café, trazida do Rio de Janeiro.
A cafeicultura teve início do município na metade do século XVIII. No século XIX, mais precisamente em 1842, devido ao seu tamanho e a sua importância na Região, Taubaté recebe do Barão de Monte Alegre o título de Cidade. A Vila já havia alcançado, em 1836, a cifra de 11.833 habitantes, sendo o maior núcleo populacional do interior da província. Em 1900, a Cidade alcançou a maior produção cafeeira do Vale do Paraíba.
No dia 26 de fevereiro de 1906, na gestão do presidente Rodrigues Alves, foi assinado o Convênio de Taubaté pelos presidentes dos estados (hoje, “governadores”) de São Paulo (Jorge Tibiriçá Piratininga), Rio de Janeiro (Nilo Peçanha) e Minas Gerais (Francisco Antônio de Sales). O convênio tinha, como objetivo, incentivar a produção de café através do controle das plantações e dos valores das taxas para exportação e para o consumo interno.
Em 1920, a cafeicultura entrou em decadência, processo que já vinham ocorrendo desde a década de 1880. A rizicultura, beneficiada pelo Rio Paraíba do Sul, foi uma das alternativas na época.
Fatores como o fim do ciclo do café, a mão de obra barata disponível no Município e a fácil comunicação com as cidades Rio de Janeiro e São Paulo levou a Taubaté a se industrializar. A Estrada de Ferro Dom Pedro II (Central do Brasil) e a Rodovia Presidente Dutra passavam pela Cidade. Posteriormente, a eclosão das duas Guerras Mundiais e a consequente demanda de exportação do país alavancaram a produção industrial do Município.
No ano de 1891, Taubaté teve uma de suas primeiras indústrias, a Companhia Taubaté Industrial, onde se fabricavam “morins” (tecidos brancos e finos de algodão), que eram vendidos para grande parte do Brasil. Até os dias atuais, alguns dos prédios que abrigaram a indústria se mantêm preservados na Praça Felix Guisard (conhecida como Praça da CTI), próxima ao Centro da Cidade.